quarta-feira, 27 de maio de 2009

TRISTEZA

Se eu falar que não estou triste, minto. Tristeza pior não poderia sentir. A sensação de fracasso, o medo de que seja sempre assim e a dor de ver um sonho desmoronando, tudo é motivo de melancolia. A busca foi incessante; sem pausas ou interrupção.


A vontade que dá é a de deitar na cama, apagar a luz, cobrir a cabeça com o travesseiro e esquecer que existe essa coisa que chamamos de vida. E, pior, essa dor é real. Não me utilizo de hipérboles ou metáforas somente para envaidecer o meu pesar. Do meu ponto de vista, isso seria burrice. No mínimo, oportunismo. Um artefato idiota que só provocaria sua dor solidária perante o meu eu. Mas, no final, nada seria diferente.


Eu não sei o que dói mais, se é a dor da derrota ou o cruel sentimento de ter feito tudo errado. De ter estudado errado, de ter me alimentado errado, de ter dormido errado, de ter errado em exatamente tudo. Pois nesse contexo não posso apenas avaliar os elementos, ou avalio todo o conjunto ou já termino um erro iniciando um outro.


E a perda foi doída. Não consigo parar de pensar por um único segundo que tudo poderia ter sido diferente. Não consigo parar de pensar que o acaso lutou contra mim. Que tudo conspirou contra mim e que a vida me parece injusta.


Não consigo enxergar nada que não seja tristeza. Não consigo ver cores a um centímetro das meninas dos meus olhos. Tudo o que enxergo é preto e cruel. Tudo o que ouço soa a críticas. Tudo o que toco é árido. Tudo o que sonho é apodrecido.


Contudo, honestamente, não sei como poderia ter feito diferente. Como poderia ter começado diferente e acabado diferente. E talvez o meu único conforto seja o de achar que, apesar de ter caído, caí em um buraco necessário. Em um buraco que teve profundidade para me fazer chorar, mas, quem sabe, a decência de me fazer crescer.


Um muito obrigado a todos os que estiveram ao meu lado.

domingo, 18 de janeiro de 2009

INVEJA, FRACASSO OU DOENÇA?

Sim, trata-se de um texto de revolta. Na verdade, de um desabafo. Nada mais do que um desabafo.
Eu não sei o que passa na cabeça das pessoas que vivem em função dos outros. Pergunto-me se são psicologicamente debilitadas ou geneticamente alteradas. Mas, enfim, não devem ser normais. Não há como ser normal julgar os outros; não há como ser normal difamar os outros; não há como ser normal querer prejudicar alguém. Mas do que se trata isso, doença ou inveja?

E os critãos? Aqueles que dizem viver fundamentado nas verdades de Cristo? Aqueles que, mesmo que exporadicamente, vão á igreja, rezam um Pai-nosso ou apelam ao Senhor, mas que vivem a criticar os outros, são normais?

Definitivamente, eu tenho pena dessa pobre gente. Eu tenho pena dos que pensam ser melhores. Eu tenho pena dos que me criticam. Eu tenho pena dos que criticam você e eu tenho ainda mais pena dos que sentem prazer em criticar. Viver em função das pessoas não é viver, mas, tão somente, parasitar.

Eu, mesmo que sem experiência, poderia classificar esses idiotas em três categorias: os invejosos; os fracassados; e os anormais. E não há brechas, se você critica ou difama, você faz parte de uma dessas três classificações.

Ou você queria ter o mesmo que alguém tem
Ou você queria ser o que alguém é
Ou você queria estar onde alguém está
Ou você não tem objetivos
Ou você sabe que não alcançará seus objetivos
Ou você já tentou e, lamentavelmente, fracassou com seus objetivos
Ou você tem algum problema mental. O que, de fato, exclui você dos fracassados e invejosos, bem como o exime te toda e qualquer culpa por suas críticas.

E, que fique claro, não me baseio nas minhas verdades para tais afirmativas, mas, somente, nas verdades de Cristo. Se você não é verdadeiramente cristão, não me incomoda saber de críticas, difamações ou ofensas, pois a minha pena será duplicada. Mas hipocrisia... isso enoja. Passar pela igreja e se benzer, comungar, pregar a paz de Cristo e depois mergulhar nos pré-julgamentos? Nos julgamentos? Nos pós-julgamentos? Viva a sua vida! Certamente, você receberá mais por isso.

Aos insanos eu deixo minhas orações. Aos invejosos e fracassados eu deixo meu repúdio. Não imaginem verdades, pois verdades não se imaginam. Se você precisa imaginar, no fundo, você sabe que precisa, mesmo, é de mentir.

domingo, 15 de junho de 2008

SAUDADES ANTECIPADAS

Somente um intercâmbio amadurece um homem. Na verdade, não é o intercâmbio exatamente, mas a distância de casa. É a ausência da família e amigos. É a solidão que desperta as reais importâncias da vida.

Hoje eu costumo dizer que, diferente da pobreza dos olhos que só vêem o que está à vista e na dependência da luz, o coração possui a grandeza de enxergar melhor na obscuridade e solidão. O que, de fato, é sábio, pois, de longe e na escuridão, fica mais difícil de se enganar pelas aparências.

Poucas vezes senti-me tão ansioso por voltar para casa. Mas, por outro lado, poucas vezes senti-me tão nostálgico por partir. Quando a gente muda, a vida muda com a gente. Firmam-se novas amizades, constrói-se nova família, aprende-se que o homem não é imutável e, sobretudo, que umas das grandes virtudes que possuímos é a de nos adaptar as mais diversas situações.
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Hoje faltam onze; amanhã, dez; depois, nove, oito, sete... e, então, lar, doce lar. O abraço do pai, o beijo da mãe, o sorriso dos irmãos e as traquinagens dos sobrinhos. E, ao chegar, cantarei bem alto: “...cantar sempre que for possível, não ligar pros malvados, perdoar os pecados. Saber..que nem tudo é possível, se manter respeitado pra poder ser amado...”
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Ainda em Porto, claro, ao sair pelas ruas já sinto a saudade a latejar-me. A amargura de olhar para os lados e saber que uma história está se acabando. Já sinto falta de ir à varanda, para saber que tipo de roupa vestir; de ir ao Pingo Doce, fazer a feira da semana. De ouvir as repetidas frases dos metros e autocarros; e, sobretudo, das peripécias entre os amigos. Demorou, mas, aqui, senti-me em casa. E estou a partir. Mas posso prometer que, em breves momentos, estarei eu por cá.

sábado, 12 de abril de 2008

AMOR SINCERO

Oh incontestável beleza humana
Como podes dominar-me assim
Transformando-me num objeto
Num poço de amor que não tem fim?

Quando lembro dos teus toques e carícias
Dos teus lábios indo ao encontro dos meus
Fecho os olhos e imagino por um segundo
O perfume desse amor que Deus me deu

Como uma mágica esse amor surgiu
Ocupou cada canto do meu ser
Ofertou-me momentos gloriosos
Proporcionou-me imensa alegria e prazer

Quando longe de ti, não Sou ninguém
Não passo de um pensamento a vagar
Sou uma luz em meio aos raios solares
Sou uma gota na imensidão do mar
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Não se vá, doce flor perfumada
Vivamos juntos um amor verdadeiro
Por mais que outros entrem em teu caminho
Sempre terás a lembrança de que fui o teu primeiro

segunda-feira, 7 de abril de 2008

SUPERAÇÃO

Não me importo em dizer que me feri, pois descobri a superação. Descobri como passar por cima de obstáculos que jurei serem maiores do que eu. Descobri que sou mais forte do que os meus pesadelos e mais ágil do que as minhas recaídas. Descobri que para tirar as pedras que entram em meu caminho, basta abaixar e empurrar com as mãos.

Eu poderia ter vergonha em dizer que chorei, mas por quê? A felicidade não ensina. O que ensina é a dor. Cada sofrimento abre portas e fecha portas, possui um lado bom e um desagradável e começar a escolher novos caminhos e enxergar pontos positivos é, sem dúvidas, a estrada inicial para a libertação.

O problema é que quando sofremos entubamos a nossa consciência e perdemos a noção da realidade. Precisamos racionalizar, mesmo na dor, pois a razão é o melhor remédio para curar as feridas do coração.

Sofri, mas cheguei ao limite dessa história. Está na hora de encarar a realidade e avançar para uma nova fase. O que passou, apodreceu. Mas o que estar por vir cheira à felicidade!

domingo, 6 de abril de 2008

decepÇÃO

Eu acreditei nas pessoas. Pensei que o mundo poderia ser melhor e que poderíamos sofrer menos. Que um poderia ajudar o outro e depois também ser ajudado. Que malícia, egoísmo, egocentrismo e traição poderiam não existir de verdade.

Eu já pensei ser a pior das criaturas e cri que sentimentos negativos eram falsos privilégios meus. Acreditei em Amizade, Amor, Fidelidade, Respeito, Consideração e diversos outros sentimentos ou relacioamentos que me tornei um ser ingênuo e sonhador.

Eu não queria ser como sou. Se tivesse a chance da escolha seria rude, cruel, maldoso e descarado. Cínico na melhor das interpretações. Seria egoísta e não me importaria com os sentimentos ou sofrimentos alheios, mas me importo com os semelhantes. Importo-me com a fraternidade e com as permutas.

Aprendi que o pior dos sentimentos é o da traição. E que o pior defeito é a falsidade. Eu não sei como uma pessoa pode ser dissimulada. Como sorrisos podem ser falsos e promessas podem ser levianas. Eu não apenas não sei, como não me importo em saber.

Prefiro a ingenuidade, a ignorância ou mesmo a estupidez. Prefiro, inclusive, viver no meu mundinho, no meu podre e pequeno mundinho, a permitir uma aliança com a dissimulação. A me permitir experimentar desse fruto apodrecido que ofende e limita as pessoas.

Eu sou o que eu sou. Única e exclusivamente aquilo que sou. E o que sou é um homem decepcionado. Uma criatura que se decepcionou como outra qualquer não poderia se decepcionar igual. Pois ninguém acreditou tanto em palavras como o meu tolo coração sangrando.

sábado, 5 de abril de 2008

AGRADECIMENTO

Existem coincidências, não questiono. Quando vou ao banco e encontro a fila pequena, por exemplo, fui alvo de uma coincidência. Mas precisamos distinguir coincidência de curso divino. Precisamos ser menos cegos e aceitar que algumas coincidências são meios utilizados por Jeus para entrar em nossos caminhos.

Não há quem goste de pessoas invasivas e, por isso, Deus não se permite adentrar em nossas vidas de forma brusca. Deus quer que O aceitemos de coração aberto e a “coincidência” é uma forma de Jesus nos dar a chance da escolha entre sua aceitação ou sua negação.

Essa semana ouvi histórias sobre pessoas que passam por nossas vidas e que lamentavelmente negligenciamos sua presença. Histórias verdadeiras de como Deus intercede em nossos caminhos por meio das amizades.

Aqui, só, sinto-me mais vulnerável. Na verdade, não apenas me sinto, estou mais vulnerável, e o que ajuda a manter meu equilibrio menos desequilibrado é, sem dúvidas, o poder da amizade. Isso, claro, deixando de fora o amor que recebo de minha família, que nesse momento tem se mostrado impecável.

Mas como eu poderia explicar o aparecimento de pessoas incríveis em meu caminho? Como eu poderia justificar a paz que tenho em meu lar, se convivo com pessoas, até então, estranhas? Não poderia dizer ser coincidência, pois estaria menosprezando o trabalho que Jesus tem feito em mim.

Bom... mas o que eu realmente queria era deixar claro aqui minha gratidão por cada ajuda, cada palavra, cada puxão de orelha e por cada participação de cada um de vocês. Sou o que sou graças aos livros que li, a família que tive e aos amigos que escolhi para me guiar nas dúvidas. E, confesso, não poderia estar mais satisfeito.

Agradeço a todos, sobretudo, aos que me conhecem há tão pouco, mas, com tanta intensidade, que não saberia dizer se são amigos ou irmãos. Mas, não apenas agradeço, como deixo estampada a minha gratidão. Uma gratidão pura e ingênua. Certamente, vocês não são apenas pessoas que passam, pois as levarei comigo para onde a rua me levar.